quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A casa caiu...

Enchente invade e destroi porta de igreja
Era dezembro, há poucos dias, e várias luzes se acendiam nas cidades, não sei bem se pra iluminar mais ou ofuscar algo no fim de ano... Parecia que queriam nos convencer da superação de algum mal, pra entrarmos cegos e negligentes nesse ano que já não é mais tão novo. A tradição em volta das igrejas se mantinha de peito estufado,  mas vulnerável como castelinho de areia. A mesma natureza que virou o eixo da terra pra fazer nascer um ano novo, anuncia com as chuvas que ainda somos naturalmente humanos e fracos.

 A Globo iniciou, por esses dias, um empenho jornalístico para nos mostrar algo de belo em nosso país em algumas reportagens que chama de Globo Natureza. A reportagem do Jornal Nacional de hoje (12 de jan.) não foi ao ar, considerando maior tempo dedicado às notícias das tragédias no Rio de Janeiro. Penso que essas notícias poderiam ser integradas à programação do Globo Natureza. É tudo natureza... que foi criada de uma forma muito boa..., mas sofre uma perversão na sequência ininterrupta de tragédias. Essa convergente contradição foi expressada na fala de uma repórter, que disse: "a beleza natural da região esconde uma grande fragilidade por debaixo", que também é natural.

Gostaria de postar reflexões mais sociais nesse blog, mas ando olhando muito pra dentro de mim nesse início de ano, como as asas fechadas de uma borboleta a toa... Bem lá debaixo de uma casca natural tem muita fraqueza em mim, instalada em uma história de 28 anos, que não vejo como corrigir... E ver às tragédias anunciadas hoje no jornal, era como assistir às novelas que encenam o mal residente em todos nós. A falta de planejamento histórico no meu país é bem semelhante à minha falta de cuidado, desde que me entendo por gente... pelo que hoje luto com uma natureza própria, boa ou feroz...

Não é culpa das chuvas, não é culpa do Prefeito, não há culpa de réus, que essas tragédias reincidam ano após ano. É culpa de uma sociedade inteira que não se cuidou contra um mal que se instalou em uma história de 511 anos, ou mais... Não é culpa dos raios que partam os perfeitos, não é culpa de Deus que minhas mazelas se repitam por conscientes enganos... É culpa minha, enquanto eu não decidir lutar contra um mal que se instalou na minha natureza há incontáveis anos, não mais.

Fiz estágio na Defesa Civil, durante a graduação, e lá diziam muito que tinha que demolir as casas defeituosas e construir de novo. A lição pra mim, eu li num velho livro que dizia que precisamos nascer de novo... Será possível?!

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