quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O Natal por trás dos morros...

 
Chegando o Natal, a gente fica empolgado andando pelas cidades enfeitadas, por centros comerciais tão atrativos, e recebendo tantos bons desejos dos amigos: "Boas festas! Feliz Natal! Muita saúde... paz... pra você, sua família...". As festas de fim de ano, os enfeites iluminados, as mensagens de massa, a "magia do natal"... quase me convencem de que não há mais mal, e que vivemos em tempos de paz! Nem tanto... Por trás dos morros, em volta do centros comerciais, há duras mazelas escondidas, ofuscadas pelas luzes na cidade (veja o blog: www.flanancias.blogspot.com).
 Parece que se corrige fácil o incômodo dessa contradição, como com os dizeres de alguns religiosos que anunciam "Jesus nasceu!", escondendo nossas angústias... Parece fácil lembrar do "verdadeiro sentido do Natal", contra a hipnose consumista do bom velhinho-propaganda e das garantias de poder aos compradores da Nike..., ou contra a presença incômoda da pobreza subordinada àquele poder...  É só colocar um presépio na praça central do shopping ou da cidade e falar para as crianças que apesar daqueles presentes que fazem seus olhos brilhar como Las Vegas, no Natal a gente lembra é do nascimento de Jesus! Pronto! Qualquer criança sabe disso, e alguns adultos também... Mas e aí?! O que isso significa pra mim?!
Falar "Jesus nasceu" é fácil, e pode virar orgulho de fariseus, se a gente não sacar o enorme constrangimento que isso nos causa. A vinda de Jesus nos causa um confronto existencial por um Deus perfeito e eterno que se fez homem, revelando a todos nós a nossa condição tão miserável. Limitações temporais, angustias relacionais, conturbações sociais... todas revelam nossa condição equivalente de pobreza. Somos todos assim, enquanto formos homens e mulheres. Mas as belezas iluminadas escondem essas feridas escuras que precisam ser tratadas com muita dor. E as nossas feridas mais feias estão escondidas bem lá dentro, como que por trás de imensos morros a serem escalados da mesma forma que se desce a profundos vales... Não dá pra fugir dos nossos confrontos pessoais...
 Mas tem uma parte boa nessa história. É que aquela constrangedora natalidade nos dá esperança verdadeira de dias melhores, em um tempo futuro em que definitivamente não haverá mais mal, e a paz será eterna! Até chegar lá, só não podemos fugir dos confrontos pessoais. Socialmente, permanecemos nessas contradições... como naa postagem abaixo!

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